Artigo originalmente publicado no Portal Bem Paraná.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que exista cerca de 28 milhões de pessoas no Brasil com surdez. Boa parte desse contingente deixa de procurar ajuda médica por falta de informação, por não aceitar a possibilidade de perda auditiva ou medo de usar um aparelho pelo estigma ou preconceito. Os resultados da falta de tratamento adequado são o agravamento do problema.
“Precisamos de estímulos sonoros, de plasticidade cerebral”, explica Márcia Bonetti, fonoaudióloga e responsável técnica da Audiba, empresa de aparelhos auditivos. “A falta de estímulo sonoro faz com que o córtex auditivo deixe de receber informações e de processar e decodificar essas informações. Sem receber o estímulo de forma correta, com o tempo o cérebro começa a perder a capacidade de processar os sons, e o córtex auditivo, responsável por processar as informações e entender os sons, fica debilitado”, informa.
Como em grande parte dos casos a perda auditiva é progressiva, quem já percebe algum tipo de dificuldade em ouvir, mesmo na juventude ou início da vida adulta, precisa realizar exames de audiometria e, se necessário, fazer uso de aparelhos adequados. “Se o tratamento com o uso da tecnologia for feito no princípio do problema, é possível conter a perda da audição com o uso de um objeto quase imperceptível”, destaca Márcia ao lembrar que, atualmente, aparelhos bastante pequenos são capazes de prevenir a progressão da doença e devolver qualidade de vida ao portador do problema.
É fundamental então observar em si mesmo ou em quem está próximo sinais que possam indicar algum grau de perda auditiva. É essa percepção, somada à busca pelo tratamento correto, que fará toda diferença na condução do problema que, se mal avaliado, pode trazer consequências definitivas e, aí sim, irreversíveis.
Confira cinco sinais que podem apontar para o início de surdez.
‘Pode repetir, por favor?’
Um sintoma comum da perda gradual da audição é a dificuldade ou incapacidade de ouvir sons mais agudos, como vozes femininas, ou ainda tons agudos na fala. Isso faz com que ouçam mais as vogais, cujo som é mais grave, do que as consoantes, mais agudas, o que dificulta a compreensão em uma conversa. Se você precisa constantemente que repitam aquilo que te dizem, você pode estar com problema auditivo.
‘Aumenta o volume da TV’
Se o som da TV ou do rádio parece estar sempre mais baixo do que deveria, e você percebe que só em volumes mais altos consegue entender o que é transmitido, procure um oftalmologista ou um fonoaudiólogo para realizar os exames necessários. O início da surdez pode afetar também a capacidade de falar ao telefone.
O contrário também pode acontecer e sinalizar um problema: é comum, sobretudo entre os idosos, certa intolerância a sons mais intensos, mesmo que não estejam em volume exagerado. Isso acontece porque as frequências baixas – os sons graves – são ampliados, enquanto os sons médios e agudos permanecem inaudíveis. Essa discrepância causa incômodo, porque o paciente permanece sem entender o que está sendo transmitido.
‘Esse zumbido que não passa’
A sensação de ouvido tapado ou zumbido constante também é um indicativo de que algo precisa ser observado com atenção. O zumbido é um sintoma, não uma doença específica, e pode ter várias causas, desde uma febre mais elevada ou dor de cabeça a diabetes e desvios de coluna. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 90% dos casos estão relacionados à perda auditiva. Embora seja mais comum na terceira idade, o som intermitente pode aparecer em qualquer faixa etária, em pessoas com ou sem problemas de audição. Portanto, é preciso investigar.
‘Meu ouvido não para de coçar’
Uma coceira insistente pode ser sinal de algum tipo de infecção que, se não tratada, pode evoluir para uma otite crônica. A otite pode ocorrer após um resfriado ou depois da entrada de água no ouvido durante o banho ou ao nadar. Se não for tratada corretamente, tende a se transformar em uma infecção persistente capaz de destruir partes dos ossículos – os ossos pequenos do ouvido médio que conectam o tímpano ao ouvido interno e conduzem sons da parte externa para a interna do ouvido – e gerar perda de audição.
‘Me deixa em paz’
Deixar aos poucos o convívio social pode ser um sinal de surdez em progressão. É comum, por exemplo, que idosos que já enfrentam o problema evitem constrangimentos de não compreender conversas e se isolem socialmente. Mas o problema pode atingir também pessoas mais jovens que começam a ter sinais da perda auditiva sem o diagnóstico adequado e o consequente tratamento recomendado – o uso de aparelho auditivo e a realização sistemática de exames, entre eles, a audiometria.
Sobre a Audiba
A Audiba foi fundada em 2013, com foco em avaliações auditivas, comercialização e manutenção de aparelhos auditivos de alta tecnologia, oferecendo atendimento de qualidade, inclusive à domicílio, por meio de uma equipe experiente de fonoaudiologistas. A empresa conta com quatro unidades em Curitiba e Região Metropolitana.